O PT tem um tática quando flagrado em delito: num primeiro momento, nega tudo — é o famoso “querida, não é o que você está pensando” — e, depois, aos poucos, vai admitindo a sacanagem, só que tentando, tanto quanto possível, lhe emprestar até mesmo um aspecto virtuoso.
José Eduardo Dutra, presidente do PT, havia atribuído a acusação de Serra de que Dilma é responsável pelo dossiê que tentaram armar, de novo, contra ele ao “desespero”. Agora, ele já modulou um pouco a coisa:
“Repelimos essa acusação. Não há nenhuma ação por parte do PT no sentido de orientar, autorizar ou permitir a formação desse tipo de matéria. O jornalista Luiz Lanzetta não faz parte da campanha”.
Não?
Segundo Dutra, o papel de Lanzetta é contratar assessores para a “pré-campanha”, seja lá o que isso signifique. E todas essas pessoas estariam subordinadas a Rui Falcão. O curioso é que foi justamente Falcão uma das pessoas que estrilaram com o esquema armado por Lanzetta.
Dutra tentou ser irônico à sua moda:
“Não sei se houve tal contato, se não houve, mas não há nenhuma responsabilidade do partido ou da campanha. O Serra tentou por um tempo passar a imagem de ‘Serrinha paz e amor’, mas pelo visto, essa fase passou”.
Parece que Dutra acredita que ser “paz e amor” compreende condescender com o submundo.
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