Mesmo com pendências judiciais, candidatos vão às ruas
Ter a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral parece não abalar os concorrentes a cargos eletivos. Sem demonstrar sinais de preocupação, eles nem pensam em abandonar adisputa e acreditam que podem reverter a situação
O ''sonho'' de disputar a eleição de 2010 pode acabar a qualquer momento para 104 candidatos cearenses que estão na mira da Justiça e aguardam julgamento de recursos nos tribunais eleitorais. Eles fazem campanha e gastam dinheiro sabendo que, de uma hora para outra, podem ser retirados à força da disputa. Mas, ao contrário do que se poderia supor, nada disso parece assustá-los. Para muitos, a ordem é fingir que nada está acontecendo.
É essa a estratégia do vereador e candidato a deputado estadual Deuzinho Filho (PMN), que havia sido impugnado por supostas irregularidades cometidas na Câmara Municipal de Caucaia (2006 e 2007). Ele foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, agora, após novo questionamento do Ministério Público, espera a decisão de instância superior.
''Eu tava preocupado antes de o TRE julgar. Mas, como fui aprovado, tô tranquilo, fazendo campanha normal'', relata.
Com o mesmo otimismo, seguem na corrida os candidatos ao Governo Maria da Natividade (PCB) e Marcelo Silva (PV), que entraram com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter decisões da Corte regional. “Tenho certeza de que vou conseguir”, minimiza Silva.
Filho de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o deputado estadual Sérgio Aguiar (PSB) – que teve contas reprovadas pela própria Corte da época em que foi prefeito de Camocim e, por isso, está sendo questionado pela Justiça Eleitoral – diz não ter motivos para frear gastos e conter a campanha rumo à reeleição na Assembleia Legislativa.
Confiante, ele diz ter visto que “os questionamentos do Ministério Público não tinham força” e que, por isso, “não se abateu”. Aguiar aguarda decisão do TSE.
Adversários gostam
Bem mais difícil que conviver com a dúvida sobre o futuro da candidatura parece ser a tarefa de driblar os adversários, que fazem da indefinição dos concorrentes uma arma poderosa para a disputa. “Diziam que eu tava cassado, que era ficha suja, que não podia ser candidato. Quanto mais eles falavam, mais eu botava campanha na rua”, conta Deuzinho.
No mesmo barco, o ex-prefeito de Icapuí, Dedé Teixeira (PT), reclama do discurso dos rivais políticos. “Que gestor público nunca cometeu atecnia? Muitos candidatos não foram gestores e ficam dizendo que são 100% ficha limpa. Isso é injusto”, reclama o petista.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
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