Psicanalista explica que um desejo de consumo pode esconder outros
Qual o verdadeiro impulso que está por trás de uma nova compra? Será que realmente necessitamos do produto? O apelo consumista é grande e as competições entre as propagandas são ainda maiores.
A psicoterapeuta e psicanalista Léa Michaan explica que é como se "as pessoas se sentissem superiores de acordo com os objetos que adquirem", como se a pessoa se valorizasse junto ao objeto obtido:
– As crenças relacionadas ao consumo prometem felicidade, demonstração de sucesso, potência, plenitude, realização, sensualidade, entre outras. Com isso, ficamos totalmente voltados para a superficialidade que existe neste universo de aparências – revela a psicoterapeuta Léa Michaan.
Na opinião de Léa, os objetos tornam-se obsoletos com uma rapidez que nunca se viu antes na história e, intencionalmente, já saem da linha de montagem com os dias contados.
– Quando se adquire algo desejado e este se desvaloriza, a busca recomeça, não por uma questão de necessidade física, mas psicológica, fazendo com que o mercado esteja permanentemente aquecido – afirma.
Para a psicoterapeuta, o que motiva uma compra são as emoções. E isso acontece porque as pessoas buscam reconhecimento, aceitação, amor, entre outros sentimentos.
– O desejo não é pelo objeto em si, mas pelo sentimento de plenitude, rapidamente desfeito assim que aquele bem tão desejado deixa de ser novidade, refletindo, mais uma vez na pessoa, a necessidade de consumir novamente – declara.
A profissional acredita que sejam poucas as pessoas que não devam ser consideradas reféns dessa mania de consumo.
– Fomos acostumados, desde bebês, a consumir vorazmente. Precisamos aprender a pensar: "qual é o verdadeiro impulso que está por trás de uma nova compra?" – sugere.
Antes de abrir a carteira, alerta Lea, é interessante perguntar a nós mesmos: "O que eu quero de verdade? Qual é a minha real necessidade?".
Fonte: dra. Léa Michaan, psicoterapeuta e psicanalista, graduada em psicologia pela Universidade Mackenzie, Pós-graduada em Psicoterapia Psicanalítica pela Universidade de São Paulo (USP) e Mestranda em psicologia clínica na Pontifícia Universidade Católica (PUC).
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