sábado, 15 de maio de 2010

SERRA acabará com excesso de cargos comissionados na Saúde

Na primeira visita ao Rio como pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra atacou o que considera loteamento de cargos no governo, em especial na área da saúde e nas agências reguladoras. O tucano prometeu que, se eleito, fará “de cara” a reforma administrativa e garantiu que vai reduzir cargos comissionados (sem concurso público).

Ex-ministro da Saúde, Serra citou o exemplo da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para atacar o aparelhamento do governo Lula. “A Funasa foi destruída, ficou no chão”, afirmou, em entrevista ao programa de Francisco Barbosa, da Rádio Tupi. Durante almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro, voltou ao assunto e disse que, no atual governo, as agências reguladoras “foram pervertidas porque foram loteadas politicamente”.

Sobre a reforma tributária, o tucano disse que, “infelizmente este governo não fez, o anterior também não”. Ele acrescentou: “Ninguém fala contra, mas cada um tem uma ideia. O projeto do governo ficou pior ainda. Virou uma sopa de pedra, cada setor queria pôr uma pedrinha.”

Em meio a negociações do PSDB com partidos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que têm cargos no governo, como PTB e PP, Serra avisou que não aceitará indicações de políticos. “Estou aberto a alianças, mas o pessoal sabe o que penso. Nunca aceitei indicação. Quando um deputado ou senador me dizia que tinha um nome, eu respondia: então, não me fala, porque não será nomeado.”

Serra deu entrevistas a duas rádios populares e à emissora de TV católica Rede Vida, além de falar durante uma hora e meia para empresários na Associação Comercial. O tucano voltou a dizer que, se eleito, será o “presidente da produção” e fez promessas na área de segurança e educação, como a criação de um braço fardado da Polícia Federal, para atuar nas fronteiras e reprimir o tráfico de armas e drogas.

Um comentário:

  1. Serra utiliza estrutura do Estado após deixar o cargo.

    José Serra transmitiu o governo de São Paulo ao seu vice, Alberto Goldman, no dia 6 de abril. Foi à campanha.

    O ex-governador desfila sua candidatura pelo país. De 14 de abril até a última sexta (15), já havia realizado 15 viagens. Visitara, no total, dez Estados.

    Pois bem, 40 dias depois de se despedir do Palácio dos Bandeirantes, o candidato utiliza em eventos de campanha estrutura provida pelo Estado.

    Serra dispõe de agentes de segurança pagos pelo contribuinte. Acompanham-no inclusive nas viagens.

    Os gastos com combustível e celular da equipe de guarda-costas correm por conta da Viúva estadual.

    Há mais: Em São Paulo, o candidato e parte de seu staff vêm utilizando carros oficiais para se deslocar a eventos de cunho eleitoral.

    Não é só: contratados para a campanha, ex-servidores da secretaria de Comunicação do governo manuseiam celulares com os mesmos números de antes.

    Deve-se o lote de revelações a um par de repórteres: Catia Seabra e Breno Costa. As informações constam de notícia que a dupla levou às páginas da Folha.

    Instado a se manifestar, o governo do Estado alegou que não há nos achados nada que de irregular. Por meio de nota, informou-se:

    1. Decreto editado em março de 2004 (48.526) obriga o Estado a prover segurança “de ex-dignitários e familiares no período de duração do mandato subsequente".

    2. Quantos são os agentes destacados para fazer a segurança do ex-governador? O decreto não especifica. E o governo não informa.

    3. Alega-se que o segredo visa resguardar a atividade da segurança.

    4. Em 2006, ao trocar o governo pela candidatura presidencial, o tucano Geraldo Alckmin servia-se de dois agentes. E se movia em carro próprio. Uma Parati.

    5. Na última quarta-feira (12), os repórteres testemunharam a presença de 12 agentes de segurança do Estado na casa de Serra, em São Paulo.

    6. Sobre os ex-servidores deslocados para a campanha, informou-se que já não integram a folha do governo.

    7. E quanto aos celulares? "A devolução de telefones celulares [...] é sempre solicitada" no ato do "desligamento...”

    8. Abre-se, porém, “a possibilidade de conservar o número, para o melhor desempenho de funções, em especial junto à imprensa".

    9. A nota esclarece: "Eventuais despesas residuais ou remanescentes (em contas telefônicas) são sempre adequadamente apuradas e recompostas ao orçamento da Secom".

    10. Em esclarecimentos adicionais, o PSDB informou que, noves fora a segurança estatal, saem de suas arcas as verbas que bancam a pré-campanha de Serra.

    11. Incluem do aluguel de jatinho e imóveis à contratação da empresa GW, que tem como sócio o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez.

    Ainda que o governo se escore num decreto, parece estranho, para dizer o mínimo, que Serra, agora candidato, cruze o mapa do país com escolta oficial.

    Postado por pompeumacario às 06:10:00 - 17/05/2010 - 0 comentários

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